Trilha da Vaca Atolada

Por Alexandre Vilela
Fotos Rogério Prestes
 

 Eeeeee cambada… neste sábado rolou a trilha Vaca Atolada, puxada pelo Rogério e Marco Aurélio. Quem não foi… perdeu!!!

Saimos no horário estipulado e fomos ao nosso objetivo.
10 malucos e corajosos, desbravando a até então desconhecida trilha não feita por nenhum destes bikers.

Para inicar  e aquecer o esqueleto, uns 12 km asfalto e muita descida. Enfim chegamos ao estradão de poeira… os bikers sofrendo com a seca, mas o visual e a vontade de adentrar nas chácaras e fazendas era maior que tudo.

E não tivemos escolha. Tivemos que pular a cerca para não perder o costume… e pulamos várias vezes… rs!
Trechos de estradão, singles irados, descidas e subidas com pedras grandes e cascalhos, brejos e etc. Alguns tombos (nada de grave) para esfolar, calejar, fortalecer o esqueleto e animar ainda mais a trilha que realmente faz juz ao nome que lhe deram, pois também passamos em alguns trechos de brejo atolando alguns bikers.

A volta ao ponto zero foi sofrida para alguns devido à grande quantidade de subida (subida braba), todos em seus rítmos bem lentos, hidratando da melhor maneira possível pois a água de muitos acabou e tivemos que fazer o revezamento aquático… rs! (boa esta ai!) mas como sempre ninguém foi deixado para trás.

Eu particularmente gostei muito da trilha, pois passamos por vários tipos de terrenos, estradões, morros quase um rapel, subidas, descidas, cascalhos e pedras, singles, buracos, espinhos, e etc etc etc… mesmo com o sofrimento da volta – acho que deveríamos ter mudado o local do ponto zero, tendo em vista que o calor e a subida final era de matar.

Todos chegaram bem e estamos prontos para a próxima.

Galeria completa de fotos dessa trilha aqui.

A noite que o Pedaguas bombou!

Por Carlos Duarte
Fotos: Lu Pinheiro, Sérgio Camargo e Eldenice Rocha

A noite fria da última terça-feira surpreendeu mas não afugentou os pop-rockeiros. Era uma nova edição extra do pedal “gourmet” e também animou muitos novatos. O resultado? Uma verdadeira ‘bike party’: mais de quarenta ciclistas pedalaram famintos em direção aos espetinhos do Kiosky da Rosa, no Cruzeiro Novo!

 

Quem conhece a nossa origem, sabe que o pedal noturno faz parte de nosso DNA. Foi dentro de um dos pelotões do extinto PN-Águas que o nosso grupo de mountain bike nasceu, sem nunca deixar a ideia dos pedais durante a semana à noite morrer. Duas vezes por semana, ele nos treina e prepara para as trilhas dos sábados, assim como ajuda a estreitar e fortalecer nossos laços de amizade. O das terças prepara os iniciantes ou que estão fora de forma e integra os novatos aos mais antigos e bem preparados. Estes, por sua vez, tem a oportunidade de se manter em movimento e conhecer novas pessoas. Já o das quintas, são as noites para se pedalar forte, o objetivo futuro dos pop-rockeiros e onde os que desejam buscar seus limites se encontram para um pedal longo e mais intenso. À primeira vista, aparenta ser uma boa fórmula, uma combinação equilibrada. E é.

Costumo dizer que nossos pedais noturnos já se tornaram um organismo vivo. Se fosse um animal, eu classificaria como felino: são independentes, possuem hábitos noturnos, gostam de comer e beber bem e detestam chuva! Não demandam novos percursos, nem calendário, sequer puxadores. A turma chega, se entende e pedala. Organizar trilhas é que dá trabalho, exige gente dedicada. À noite, muitos voluntários se revezam mantendo o lado lúdico desses encontros. ‘Pedais sociais’, percursos alternativos, metas estimulantes ou trilhas urbanas sob a lua a cheia, são alguns dos ingredientes comumente usados para manter a turma ‘biciclonotívaga’ unida e sempre estimulada. Pensando assim e aproveitando a volta de alguns colegas das férias, achei que seria o momento ideal para sugerir mais uma edição “gourmet”, uma daquelas raras vezes que o grupo combina fazer uma parada no meio do percurso para um bagunçado e divertido lanche, que costumam dar um bom lucro aos comerciantes, – depois de quase leva-los à loucura com a nossa chegada repentina, claro – uma característica cada vez mais frequente do nosso grupo, a de movimentar atipicamente certos segmentos da economia local.

Então segui o roteiro de sempre: uma chamada para o pedal em nossas páginas do Facebook e Yahoo!, pensando em adaptar um bom roteiro já desbravado antes pelo Sílvio Sá e Alexandre Bastos. Até momentos antes do pedal, eu era o único que sabia qual seria o roteiro daquela noite. É claro que sempre existe a possibilidade de mudanças de última hora, mas a ideia de fazer uma parada gastronômica inédita no conhecido Kiosky da Rosa, praticamente amarrou o percurso e dificilmente encontraria resistências. Na teoria, tudo muito bem. Pena que não demorou muito para a prática revelar uma  incômoda realidade.

Cheguei no ponto de encontro quase na hora da saída. A imagem que vi me fez tremer as pernas e quase cair para trás de surpresa. Um verdadeiro mar de gente, bikes, capacetes e luzinhas piscando, como nunca visto antes em um Pedal Pop Rock, certamente. Naquele momento, reconhecendo alguns rostos em meio a tantos outros desconhecidos, eu ainda não havia percebido que também era o recorde de comparecimentos em um pedal do Pedaguas. A aglomeração chamou a atenção dos transeuntes do bairro, alguns observando à distância e outros se misturando aos ciclistas, curiosos em saber do que se tratava. O relógio rapidamente empurrou de lado a minha satisfação, a mesma que todos sentiam por perceberem estar fazendo parte de um momento inédito. A responsabilidade de conduzir tanta gente pelas ruas de Brasília, justamente em uma noite de percurso inédito, por um momento pesou. E o percurso previa a passagem do pelotão por alguns trechos movimentados, como a via EPTG. Procurei meus colegas mais experientes, e após ouvir suas preciosas opiniões, resolvi manter o plano inicial. Após uma rápida explanação do percurso, as apresentações dos novatos e as normas de segurança, respirei fundo e partimos rumo ao Cruzeiro Novo.

Acho interessante como bastam as primeiras pedaladas e qualquer problema, tensão ou preocupação se esvai imediatamente pelos pneus, como por mágica, só quem pedala pode saber do que estou falando. O único incômodo que ainda restou foi o de ter errado na escolha de pedalar sem agasalho. O calorzinho de 24 graus do momento da saída foi rapidamente substituído por um ventinho frio, daqueles de gelar os ossos. Exibindo suas luzes, gargantas, buzinas e apitos, o barulhento e reluzente pelotão serpenteou sólido e unido pelo trânsito brasiliense. Congestionamos alguns trechos das vias,  fazendo os carros nos darem preferencialmente a passagem.

Chegamos “chegando” no local da parada, chamando a atenção dos moradores dos arredores, que correram às janelas dos apartamentos tentando entender aquela algazarra.

Normalmente nossas paradas “gourmet” não costumam levar mais do que vinte minutos. O problema foi que a quantidade de pedidos demorou para ser anotada e acabou congestionando a cozinha do local também.

Isso causou insatisfação em alguns, que preferiram se separar do grupo e voltar mais cedo. Então acho importante esclarecer que gostamos mesmo é de pedalar. Uma edição “gourmet” só ocorre de tempos em tempos, esses percalços são irrelevantes e compreensíveis, tanto pelo ineditismo quanto pelo caráter de confraternização que um evento desse possui.

Voltamos para Águas Claras com o frio nos trazendo à mente aquele enigma persistente: pedalar mais rápido nos esquenta ou nos esfria pela maior velocidade? Tenho certeza que todos se fizeram a mesma pergunta, porém sem chegar à nenhuma boa resposta. Continuamos na busca! O melhor é que também fizeram  novas amizades e voltaram felizes para suas casas, no fim isso é o que realmente importa. E que seja assim sempre! Para não variar, a noite terminou em… buteco!

Trilha Gravatá

Por Alexandre Bastos
Fotos: Rogério Prestes
 

Neste dia 21 de julho de 2012, fizemos mais uma pedalança com a presença de 13 destemidos pedaleiros, comedores de poeira, que saíram de seus lares para seguir o puxador insano e desorientado que foi auxiliado por um GPS desregulado: tinha tudo pra dar certo !!! E DEU !!!!

Os pneus das bikes despregavam a poeira do chão que subia formando uma nuvem, alojando-se às gotas de suor da testa dos famintos que vinham atrás. Seguimos por singles e estradões numa brincadeira frenética, com uns trechos técnicos que exigiam pernas e também uma boa resistência da magrela. Aliás, reforço aqui a necessidade de manutenção periódica das bichinhas: tivemos 2 casos de quebra de gancheiras (incluir este ítem no kit de ferramentas). Pra aguentar as pirambas, tem que fazer um agrado na magrela pra ela não te deixar na mão! Pois bem: independente do estado civil, todos pularam cerca, situação que só aumentava a voracidade dos pedalantes.

Um dos pontos mais ansiados da trilha foi o famoso banho no poço, e, pra surpresa dos mais antigos, até o MARCÃO entrou na água, que estava tão gelada que adormecia as pernas. Como sempre, aquela turma que não encara água, encabeçada pelo Valderi, ficaram só olhando os mais corajosos limparem a reação química avermelhada e espumante da mistura de suor com poeira (o Valderi prefere ficar com ela). Depois disso, alguns poucos, mais leves e mais claros, e os `outros’, seguimos pelos quilômetros restantes arrebanhados pelo santíssimo GPS, pedalando neste maravilhoso cerrado e com a respiração ofegante pelo esforço propulsivo alimentado pelo calor do sol escaldante e a boca sedenta pelo que nos aguardaria na finalização da trilha: a famosa hidratação com cerveja (dá-lhe Etinho) ou coca-cola. Mais uma vez, tudo em harmonia! Agradeço a todos pela companhia e até a próxima!

N.R.: “- Tá maluco, eu mergulhei lá…” (Valderi).

Mais uma edição do pedal Pop Rock Gourmet – suprindo desejos

Por Lu Pinheiro
 

Lu Pinheiro (euzinha), Silvio Sá, Jose Teixeira Marques Junior e Rodrigo Siveira.

Cheguei no postinho (morrendo de fome) logo chegaram o Rodrigo, Junior e Silvio. Trocamos idéia e traçamos o pedal rumo a pastelaria do Guará. Noite fria e lua gigante no céu. Mas um objetivo nos unia pra vencer o frio, e dessa vez não foi a fome de pedalar, mas sim a fome do Pastel!!! Demos uma volta de respeito no Guará, num ritmo bem legal, acima dos 20, com os corpos quentes e o estômago roncando paramos na pastelaria e traçamos pastelzim com garapa… hum.. teve bom!

O duro foi encarar a volta, com o bucho cheio e o vento gélido na fuça!

Foram 32km com satisfação garantida e desejo de comer pastel suprido! Valeu meninos!!!!

Quem não foi por preguiça ou medinho do frio… perdeu!!!

Ah, nós os PDRs de plantão estamos bolando um plano maléfico de invadir o Heavy Metal de amanhã [hoje], avacalhar com o ritmo da galera (que terá que nos esperar nas subidas) e levar a todos para uma pizzaria… nos aguarde, né Rodrigo Silveira?

O Mar estava “flat”, mas o surfe foi de primeira!

Por Carlos Duarte; Fotos de Sílvio Sá, Rogério Prestes e Lu Pinheiro

“Toda vez que vejo um adulto em uma bicicleta, eu já não me desespero quanto ao futuro da raça humana”. (H.G.Wells)

 

Quando nos reunimos para definir o atual calendário de trilhas e seus guias responsáveis,  surgiu a dúvida: quem seria o nosso “puxador” no dia 14 de abril, na região do Mar de Pinheiros? De pronto eu sugeri: “- Sílvio Sá!”  Não poderia ter tido melhor ideia. O cara conhece a região e seus meandros como a palma de sua mão e nos brindou com um belo e exclusivo percurso de aproximadamente 35 km, formado por estradões, singles, floresta, cursos d’água, subidas, descidas e um verdadeiro oásis no meio de tudo isso. O lado ruim foi constatar a intensa ação de grileiros de terras na área, que estão invadindo, cercando e derrubando a vegetação para os mais variados objetivos. Por isso não me agrada perder qualquer oportunidade de pedalar por lá. Cada vez que volto à região, sinto que logo chegará o dia que não será mais possível praticar nosso esporte da forma que o fazemos hoje naquelas bandas.

Estamos em uma época do ano muito favorável para se estar em contato com a natureza do planalto central. As chuvas diminuíram sensivelmente e a estação seca ainda não se instalou. O cerrado está verde e exuberante.

Para essa aventura, compareceram nesta bela e ensolarada manhã de sábado oito destemidos ciclistas: Sílvio, Demeure, Isa, Rogério, Luciana, Marco Aurélio, Zé Henrique e claro, eu. Começamos pelas largas estradas do Morro da Cruz, repletas de subidas, descidas e de onde podíamos ver ao longe a floresta de pinheiros.

 

Antes do Mar de Pinheiros, um oásis

O Zé, Marco e Rogério, mais dispostos, começaram a se destacar dos demais e naturalmente se distanciaram à frente do grupo, guiados por GPS.

 

Só que acabaram perdendo a providencial parada no bar localizado no meio do percurso, onde secamos rapidamente uma pet com dois litros de Coca-cola gelada, acompanhada de sanduíches, barras de cereal e castanhas.

 

Baterias recarregadas, partimos para a metade final na floresta de pinheiros – que recebeu o nome de “mar” porque nos dias de vento, o barulho produzido pelas folhagens das árvores são idênticos ao som das ondas do oceano; fechando-se os olhos, tem-se a perfeita sensação de estar numa praia. Infelizmente nesse dia não havia vento nenhum, então os que lá estiveram pela primeira vez tiveram que se contentar apenas com a estória. Se me permitem uma analogia, mesmo sem o ruído das lendárias “ondas”, sempre podemos surfar seus morros da mesma forma com nossas “bike-pranchas”.

Pedalar entre as árvores é muito agradável. Em um dia de calor como esse, o microclima ameniza consideravelmente o esforço e faz toda a diferença. Sem falar no cenário diferenciado, que nos traz a lembrança dos vídeos de mountain bike gringos, principalmente os filmados nas florestas canadenses.  Lá nos reencontramos por alguns instantes com o trio da frente.

Logo após, nosso grupo sofreu uma baixa. A Lu, que estava retornado às trilhas depois de algum tempo parada, sentiu-se esgotada pelo esforço sob o sol. Como ainda tínhamos pela frente uma forte subida antes do fim, decidimos deixa-la descansando em uma pequena vendinha no povoado Nova Betânia, numa mesa sob a sombra de uma árvore frondosa, com direito a “din-din” – também conhecido como “geladinho” – até que voltássemos de carro para resgata-la. A Isa também ficou para fazer companhia e não deixa-la sozinha.

Parti com Sílvio e Demeure para a parte final, enfrentando a famosa e temida subida do hotel em ruínas sob o sol do meio-dia, tornando-a ainda mais difícil. Com minha velha aro 26″, não foi muito fácil acompanhar o ritmo dos dois em suas novíssimas 29ers.

Chegamos nos carros, nos abastecemos no mercadinho das antenas e fomos buscar as amigas desgarradas. Terminamos a aventura num alegre bate-papo, regado à água de côco, cerveja, água gelada e “din-din” de manga.

Ah sim! Comecei esse post com uma frase do vanguardista escritor inglês do século passado H. G. Wells, autor de “A máquina do tempo”, “A ilha do Dr. Moreau”, “O homem invisível” e “A guerra dos mundos”, entre outros. Seu pensamento sobre bicicletas e adultos se mostrou tão visionário quanto sua obra. Finalmente chegamos à era em que a bicicleta é seriamente encarada como uma alternativa viável de transporte limpo, saudável, solidário e sustentável. Ainda bem.

Mas nós já sabíamos disso, não é de hoje também …

Mais fotos: http://www.flickr.com/photos/pedaguasmtb/sets/72157629465630034/