A última do ano – 70 km de serra. Ou: A trilha de ouro!

Por Eldenice Rocha
Fotos de Rogério Prestes e Eldenice Rocha

Na reunião do Pedaguas para definirmos o último calendário de trilhas, pedi pra incluir a Trilha do Catingueiro. Pensei que seria uma ótima trilha para fecharmos o ano. E claro, não seria eu a “puxadeira” de verdade. Convoquei nossos fiéis amigos que conhecem tão bem esses caminhos, Sílvio Sá e Rogério Prestes para nos guiar. Bem, essa foi a primeira ideia.

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Na semana anterior à trilha, definimos então que não faríamos apenas o Catingueiro, pois o percurso era curto e a intenção, por ser a última do calendário, seria deixar lembranças. Em conversa com o Rogério, definimos que sairíamos do Parque Jequitibá em Sobradinho rumo ao Córrego do Ouro, voltando pelo Catingueiro. E para complicar um pouco mais, no “estilo Rogério Prestes”, passando pelo Caldeirão da Serra. Isso daria aproximadamente 70 quilômetros.

Então fizemos o chamado ao grupo. Cheguei a ameaçar as pedaguetes de rebaixamento, caso não comparecessem. Mas foi em vão. A princípio, no postinho da 103 apenas Rogério e Rodolfo. Eu já os aguardava no balão do Torto às 6:40h, debaixo de muita água.

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Chegando ao ponto zero, a chuva cessou. O Dalton já nos aguardava. Em seguida chega o Dario. Começamos a descer as bikes, e como de costume, as piadinhas já começaram: “Duvido que o Antônio Pedro tenha conseguido o alvará de soltura. Com uma chuva daquelas! Ah, está amarrado na cabeceira da cama”; “A Eldenice só está aqui porque era a puxadeira”; ”Olha a capa da Eldenice, depois não reclama, vai ser tudo culpa da capa”! Risos e mais risos.

De repente surge um carro bem parecido com o do Antônio Pedro e recomeça a arruaça. Um grita: “É ele gente!” Outro responde: “Não pode ser, a bike dele é diferente!” E não é que era o cidadão com a bike da esposa? Conseguiu o tão sonhado alvará e ainda levou a bike dela. E já desceu do carro dizendo: “Eu não poderia ficar de fora da última do ano!”. E quem ficou, sinto dizer, perdeu muito!

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Quando já saíamos do parque, aparece o último guerreiro pedalando, o Amantino, todo afoito: “Ai meu Deus, cheguei a tempo!”. Partimos com muita neblina serra abaixo, o que nos dava a certeza que teríamos uma estiada pela frente. Melhor assim.

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Oficialmente essa seria a última trilha do ano, e pensar nisso já nos fazia sentir uma certa nostalgia. Foi com esse sentimento que começamos a pedalar. Queríamos dar tudo nesse pedal, apreciar cada detalhe, os pingos da chuva no rosto, a lama espirrando na roupa e na nossa cara, a conversa com o colega do lado. Queríamos sentir o cheiro das flores, colher frutas no mato – e comê-las! Atravessar os rios montados ou carregando a bike, não importa!

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Queríamos era fazer piadas com a cara do colega, fotografar a bela paisagem, e quem sabe conseguir fotografar a “Garota Pedaguas 2013”! Ah, isso foi fácil, só tinha uma mesmo!

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Queríamos enfrentar cada subida, se possível pedalando. Algumas vezes, diante das longas e intermináveis subidas, tivemos que nos render ao corpo e descer da bike, deu “p.t.”* (não é, Antônio Pedro?). Outras vezes, receber a ajuda do colega que generosamente oferecia um empurrão não foi nada difícil, já que esse cavalheirismo não é muito comum por aqui. Adorei!

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Mas o que queríamos na verdade era sentir aquele inebriante sentimento de superação, mais uma vez! E superamos desde o momento em que decidimos não ficar na cama. Não foi fácil dizer não à cama, maridos e esposas às 5:00h da manhã, quentinhos, aconchegantes, e sair sob aquela chuva fina que caía.

É, chegamos à metade da trilha com a sensação de já tê-la concluído, tamanho era o cansaço – exceto dois mega-malucos, que nos dão a impressão que não se cansam nunca (não é mesmo Rogério Prestes e Dalton?). Mas ainda faltavam 35 longos quilômetros. Como diz nosso amigo Antônio Pedro: “Isso já não é mais diversão, é sofrimento!” E sem o Sr. Hélio dessa vez – homem bondoso que nos resgatou nos famosos “100km de subidas” deste ano – tivemos que pedalar até o fim.

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E eis que chegamos ao fim, pelo meios mais difíceis, às 15h. A trilha que nos deixou com os corpos cansados, sujos e deliciosamente embriagados de endorfina.

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Clique na imagem para ver a altimetria em detalhe (Por Rogério Sampaio)

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“Calendário de Trilhas 2013 fechado com trilha de ouro!” (Rogério Prestes)

“Trilha perfeita para fechar o ano. A chuva e a lama foi só um ingrediente a mais. O que realmente marcou a trilha foram as pessoas singulares com as quais dividimos o êxtase das paisagens maravilhosas e o incentivo a superar os trechos mais técnicos (que não foram poucos) e, o mais importante: a solidariedade, o cuidado e a preocupação de todos para com todos. A todos vocês a minha reverência e o meu sincero agradecimento. Valeu, e que venha 2014…..” (Dalton Schneider)

“Top! Pra fechar com chave de ouro tinha que ser sofrido mesmo. Estilo Pedaguas!” (Rodolfo Silva)

“Uma das melhores trilhas….” (Dario Rugel)

“Trilha Córrego do Ouro. Seja com sol, seja com chuva, porque pedalar com o Pedaguas não tem preço!”
(Eldenice Rocha)

E assim chegamos ao fim do ano 2013. O ano que nos deixou recordações de muitas alegrias, trilhas inéditas, trilhas antigas, amigos antigos, novos amigos. Encerramos desejando muito P.E.D.A.G.U.A.S. a todos em 2014:

Pedaladas – Energia – Deus – Amor – Garra – União – mais Amor, porque amor nunca é demais… … e saúde! Até breve, boas festas!!!

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(*) p.t. = pane ou perda total.

Pedal no Grupo Astros: missão cumprida com louvor!

Por Pedaguas
Fotos de Renato Araújo Alves, Wilmar Castro, José de Oliveira Júnior, Daniel Rosa, Mari Rodrigues, David Patrick, Fabiano Alves, Sílvio Sá, Diogo Santos, Eldenice Rocha, Cecília Heinen e Fábio Malaguti

Um dos DIAS mais secos e quentes do ano. um verdadeiro mar de cerrado preservado. sem nenhuma alma viva a quilômetros e pedalando longas distâncias antes do primeiro e único apoio, vários ciclistas não conseguiram completar os 122 km do percurso dentro do Campo de Instrução de Formosa – área do exército brasileiro – no tempo estipulado. tremenda Roubada? programa de índio? Ao contrário, todos adoraram! Para contar como foi essa verdadeira epopeia, o texto abaixo foi escrito pelas várias mãos de alguns que lá estiveram. e um pouco mais de uma centena de fotos foram selecionadas entre as milhares produzidas pelos nossos talentosos bikers fotógrafos e cinegrafistas. Nos acompanhe nessa inédita trilha.

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“Depois de centenas de e-mails trocados entre a equipe, eis que conseguimos fechar o tão esperado pedal no Grupo Astros em Formosa. Quando foram abertas as inscrições não imaginávamos um quórum de tamanha dimensão. Mas isso devemos exclusivamente ao nosso artista Carlos Duarte que o Evandro tão bem soube definir: ‘(…) o artista que com seu texto e arte convenceu aquele bando de gente a entrar naquela fria :-) ‘. E essa foi a fria mais quente que já entrei! E faria tudo outra vez. Pois bem, dada a dimensão que o evento tomou, muitas medidas foram sendo tomadas no último mês para que a coisa funcionasse. E funcionasse bem! Tivemos que bloquear inscrições, abrir lista de espera, disparar inúmeros e-mails. Controles e mais controles. Trabalhar com orçamento apertado, sem visar lucro nenhum é sempre muito complicado.

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Mas é isso que queremos ser, apenas um grupo de amigos que querem pedalar juntos. E saibam, foi emocionante ver aquele bando de carros se dirigindo para a Fazenda Bonsucesso, ponto zero do pedal.

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E mais ainda, quando o Evandro, presidente do Pedaguas, o Tio Kin e o Carlos Duarte subiram e falaram a todos os ciclistas, não teve jeito, me emocionei. Muitas coisas passaram pela minha cabeça naquele momento: o primeiro pedal do Pedaguas, quando nos encontramos no Shopping Maggiore rumo a trilha dos Toneis. Ninguém sabia de nossa existência. E agora, estávamos ali, organizando um evento daquele tamanho! É, a ficha caiu, somos de fato um grupo de mountain bike. E isso implica em muita responsabilidade. A alegria nessa hora se mistura com o medo de que algo saísse errado, pois apenas 2 ou 3 de nós conheciam o caminho a ser percorrido. Mas agora, só restava partir.

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E partimos após os agradecimentos e considerações. Um grupo que não estava conosco saiu à frente. Já no quilômetro 19 encontramos um dos rapazes com o nariz esfolado. Ficamos tristes pelo acontecido, e apreensivos também, mas demos graças por não ser ninguém do nosso grupo.

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Muitos pelotões foram se formando de acordo a resistência dos ciclistas. Logo o senhor ligeirinho (Antônio Pedro) e seus companheiros (José Henrique, Rodolfo e alguns outros que não sei o nome) foram tomando a ponta. Sem chance de acompanhar aqueles malucos!

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Acompanhei vários pelotões, uns mais rápidos, outros nem tanto. Com isso acabei por pedalar uns 15 km sozinha. Mas a sensação de estar numa área com tamanha proteção fez o prazer de pedalar ficar ainda maior. Por vezes tive receio de parar por estar numa área de instrução de tiro, aí só restava pedalar e tentar relaxar e contemplar a paisagem. Me concentrei em chegar pelo menos até o almoço (+/- no km 73).

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E por volta das 14h, eu e mais alguns companheiros conseguimos chegar. Completamente exaustos! Lá diversas pessoas já estavam se deliciando da maravilhosa lasanha, refrigerantes e sucos geladinhos, e de um delicioso banho gelado. Eu não resisti, apesar da fome, me joguei na água. Quer dizer, molhei os cabelos. (rs!) A água estava congelante!!!

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Estava comendo minha lasanha quando o presidente deu a ordem, em 20 minutos quem não partisse deveria seguir no caminhão do Exército. Reuni forças e mais que depressa calcei minha sapatilha, abasteci o CamelBack e junto com mais 4 amigos tomei o rumo de volta. Eram mais 50 duros quilômetros. Percorremos juntos por todo o tempo. Nenhum de nós com GPS ou rádio comunicador. Só nos guiamos pelos rastros deixados pelas bikes. Mais 3 bikers no alcançaram e, como era de se esperar, nos perdemos. Andamos uns 10 km à mais. Chegamos ao ponto zero já de noite, com apenas uma lanterna.

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Pude observar muita coisa legal com mais essa aventura. Coisas do tipo, generosidade de alguns em esperar pelo companheiro que não estava tão condicionado, mesmo sabendo que ele próprio podia ir adiante e chegar muito mais rápido; o compartilhamento de equipamentos, de lanches, de água. Enfim, pude observar a amizade brotando em meio ao cerrado queimado e cinzento. Isso realmente não tem preço!

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E o preço que pagamos pela grande estrutura que nos foi oferecida? Ah, isso só é possível quando o intuito é exclusivamente pedalar junto dos amigos! Alguns de nós não conseguiram chegar pedalando ao ponto de refeição, outros tantos não conseguiram retornar ao ponto zero, seja pelo avançado da hora, ou mesmo pelo desgaste da ida, mas o fato é que todos somos vencedores por desafiarmos nossos próprios limites. E isso é o que realmente importa.” Eldenice Rocha

“Nove de março de 2011. O que tem a ver essa data com nosso pedal? Foi neste dia, cerca de dois meses antes do Pedáguas nascer, que eu dei a primeira olhada nesta área fantástica do 6º GLMF-CIF. Eu fiz o primeiro mapeamento pelo Google e o mapa registrou a data. Aliás, se tivéssemos feito a trilha que mapeei nesta época, teríamos possivelmente explodido ao passar pelas áreas de alvo, que eu nem imaginava que existiam. E o sonho de pedalar por este mundão de cerrado concretizou-se neste quatorze de setembro de 2013. Foi tenso! Coloque-se em nosso lugar. Ver aquele monte de gente chegando pra pedalar com você, por um lugar que você nem conhece direito, e todos vão te seguir. E se eu me perdesse? E se alguém se machucasse gravemente? Felizmente, tudo deu certo. Nos preparamos muito, por alguns meses, pra que tudo fosse perfeito.

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Fomos muito bem recebidos pelos colegas militares. Fizemos discurso, alertamos para os perigos da área, e partimos. Lá se foi aquele pelotão de quase cem ciclistas.

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E quando cheguei no acampamento, que surpresa! Parecia que teríamos uma festa ali, com mesas e cadeiras plásticas embaixo de tendas. Banners de boas vindas, mapa do percurso e uma linda cachoeira para aplacar o calor. Eu fui um dos primeiros a chegar no acampamento e já eram 13h. Os ciclistas poderiam sair no máximo às 15:30h pedalando para chegar ainda de dia ao final da trilha. Passei a negociar com os militares. Pedi ao Sargento Dias se o caminhão do Exército que ali estava poderia resgatar aqueles que não conseguissem voltar. Ele prontamente concordou. Os pelotões foram saindo por volta das 15h. Eu saí do acampamento às 15:30h e os últimos ciclistas ainda não haviam chegado pra almoçar.

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Astros 17.jpgComecei sozinho os 50 km finais da trilha e aos poucos fui alcançando os grupos que saíram antes. Essa parte final foi a mais bela do pedal. Belas áreas de cerrado, morros, o pôr-do-sol às 18h. E depois do sol se pôr, estávamos a menos de 10 km do nosso destino, a fazenda Bonsucesso. E os faróis das viaturas iluminaram nosso caminho a partir daí.

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Depois de um banho rápido partimos para a pizzaria La Palma, nossa confraternização pós-trilha.

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Astros 21.jpgBom demais. Um dia pra entrar pra história do Pedáguas.” Evandro Torezan

“Não resta muito o que dizer após narrativas tão competentes como as de Deny e Evandro, então vou tentar ser breve. Porque também não existem muitas palavras que consigam descrever a sensação de bem estar quando se pedala ao lado de tantos amigos, mais de uma centena de quilômetros em meio a um verdadeiro ‘mar de cerrado’ riquíssimo, totalmente preservado. Foram longas e intermináveis subidas e descidas em uma imensa área com entrada restrita desde a década de 70, quando aquelas terras foram desapropriada pela União e transformadas em reserva e campo de instrução militar. Melhor ainda: (sempre muito bem) apoiados pelos militares do CIF e a léguas de distância do ladrão de bikes mais próximo, essa raça desumana que vem crescendo como praga nos grandes centros e interior de nosso país. Nosso esporte envolve riscos, vários sim, mas sem dúvida esse é o que hoje mais tememos.

Sim, é verdade que erramos na dose. A distância da primeira “perna” deveria ter sido um pouco menor. Daria mais tempo para aproveitarmos melhor as atrações do lugar e o nível da trilha desceria de ‘sem noção’ ou ‘muito difícil’ para apenas ‘difícil’. Porém era um percurso inédito. Alguns ciclistas de Formosa já haviam pedalado naquela área, mas nunca o trajeto que fizemos. De dentro de uma Land Rover, como foram os dois reconhecimentos do percurso, tudo parece bem mais fácil de se pedalar. Minha maior preocupação era se a nossa proposta, pedalar por aqueles 120 km entre 9h e 18h era algo possível. E foi, como comprovaram os vários ciclistas que conseguiram completar o percurso proposto. Entre inúmeros feedbacks muito gentis e entusiasmados que recebi, ouvi algumas vezes também a mesma pergunta: ‘Vai ter de novo ano que vem?’. E dou sempre a mesma resposta: ‘Não sei!’ Isso vai depender de muita coisa ainda a acontecer, principalmente da vontade de todas as partes envolvidas na realização desse evento. O Pedaguas é isso, a gente “erra a mão” mas mesmo assim todos adoram!

De resto, ficam a sensação do dever cumprido e o lamento pelos que tentaram se inscrever mas não conseguiram por falta de vagas. Nos dois primeiros dias de inscrições, 80% das vagas já estavam preenchidas. Também sinto pelos inscritos que não conseguiram ou que poderiam ter completado o percurso mas foram obrigados a retornar no veículo de apoio porque não conseguiram sair do acampamento de almoço antes do horário estipulado. Muita gente ficou na dúvida se conseguiria completar um pedal assim mas preferiram ficar sem a resposta sentados no sofá de casa. Vocês tiveram a coragem de ir e  testar seus limites, por isso meus parabéns, respeito e admiração.  Minha estima e apreço reservo especialmente ao comandante do CIF, o Tenente Coronel Oliveira, que acolheu com entusiasmo nossa ideia e nos ofereceu recepção e apoio dignos das grandes autoridades; ao incansável Sargento Leal, da Comunicação Social do CIF, que não mediu esforços para que o nosso evento fosse seguramente um sucesso. Foi nosso contato constante durante meses, inclusive em seus momentos de folga, coordenador, fotógrafo, apoio e resgate de motocicleta; ao Sargento Dias, profundo conhecedor da área que nos ensinou os caminhos para as maiores belezas existentes no local. Solicitamos a eles apenas uma tenda com uma mesa, a qual concordaram, para termos garantida uma sombra sobre as refeições e a caixa de gelo com as bebidas… E o que fizeram? Capinaram e limparam uma área considerável de mata, construíram uma escada e corrimãos de acesso à queda d’água, uma barragem para aumentar o nível de água no poço para o banho, ergueram três grandes tendas com inúmeras mesas e cadeiras, banheiros masculino e feminino, sinalização, banners e mapas do percurso. No meio do nada.969925_575554395841604_556907471_n

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Como se tudo isso fosse pouco, ainda cederam gentilmente suas viaturas para o resgate dos ciclistas cansados ou muito atrasados. E não foram poucos. Teve até soldado fardado, de coturno e tudo, que voltou pedalando (e muito bem!) na bike de um dos resgatados. Sem essa ajuda, não teríamos conseguido o êxito logístico que obtivemos. “Braço forte, mão amiga” não é apenas um lema, é uma filosofia diuturnamente posta em prática no Exército Brasileiro.

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Parabenizo também os amigos Simone, Danilo e Bruno do Projeto DV na Trilha, que sempre apóiam nossas aventuras inéditas e sem noção; o Anderson e o David, condutores que proporcionaram aos deficientes visuais Luciano e Wallace a oportunidade de pedalar conosco, providenciando suas inscrições e o transporte deles e das tandem bikes até Formosa, ida e volta. Tudo isso apenas um dia antes de uma importante competição que também participaram. É sempre muito bom termos a companhia de vocês na trilha, que isso se torne cada vez mais comum e constante. Nosso muito obrigado também à Ana Paula, que foi como apoio das duas duplas em seu carro mas acabou cuidando da ‘cozinha’ do pedal, fez o resgate dos mais cansados e até transportou a bike do tal ciclista acidentado.

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À Deny, que cuidou de várias tarefas administrativas, financeiras e de logística; ao nosso amigo Tenente Alexandre Vilela; aos nossos anfitriões Kinzinho, Júnior e Regina, que sacrificaram horas e mais horas de trabalho e lazer na semana antes do evento para que tudo saísse na mais perfeita ordem em seus mínimos detalhes; à Edna e equipe da Delícias Caseiras de Formosa, que capricharam em nossas deliciosas refeições; ao Diogo da Panificadora Boulette, que gentilmente emprestou sua Fiorino para o transporte do almoço; aos nossos motoristas Bianca e Júnior ‘pé-de-pano’, que sacrificaram um sábado para nos apoiar como verdadeiros anjos da guarda; aos amigos ciclistas de Formosa que marcaram presença em nosso pedal, sejam sempre bem vindos.

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E para encerrar, ao indispensável Evandro, que mapeou nosso percurso à mão graças a uma falha técnica no último reconhecimento, para que um bom GPS tracklog estivesse à disposição de qualquer interessado. Supervisionou a todos como um maestro. Foi visionário quando imaginou um pedal naquele lugar e sendo o único que nos alertou para diminuirmos o tamanho do percurso ainda no ponto zero. Um democrata quando foi voto vencido, mesmo estando certo. Como um autêntico líder, guiou o pelotão da frente pisando fundo até o local de almoço e acompanhou os últimos dois ciclistas que, já de noite, encerraram a trilha: eu e Adonis. Foi um privilégio compartilhar com vocês todos esses momentos. Soa como um clichê, mas pedalar com tantos amigos um dia inteiro em um lugar como esse, não tem preço realmente.” Carlos Duarte

“Adorei o pedal de sábado em Formosa-GO. Foi o pedal perfeito para o meu retorno às trilhas. Muito bem organizado e cheio de pessoas dispostas a superarem seus limites.” Cecilia Heinen

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“Gente, mais um final de semana incrivel proporcionado pelo pessoal do Pedaguas, Exército, família Tio Kin e todos os outros que participaram da organização. Estão todos de parabéns… não podia ser diferente! Todos esses pedais organizados pra Formosa são maravilhosos… Obrigada Deny, Bianca, Carlão , Evandro, Alexandre, Tio Kin e família, pessoal do Exército e todos que eu não citei mas participaram da organização. E obrigada também aos colegas pedalantes que participaram conosco na trilha. Apesar de termos chegado atrasados, nosso apoio foi providencial e curtimos muito também. Valeu por tudo galera! Grande beijo e até a próxima trilha!!!”
Delaine Parreira

“Galera a trilha (…) foi realmente incrível! A organização do Exército de Formosa-GO, junto com a Eldenice Rocha, Carlos Duarte, Evandro Torezan e outras pessoas estavam nota 1000! O percurso não foi nada fácil e ainda levei uma queda! rs! Mas valeu muito a pena, pois a paisagem era deslumbrante, conheci muita gente legal e revi velhos amigos, como o Carlos que me acompanhou durante a trilha! Me diverti muito e ainda quebrei meu recorde: fiz 122 km! Estava quase desistindo, mas consegui concluir! Agradeço aos que me ajudaram, principalmente a noite, pois estava sem lanterna e quando terminei já estava escuro! Parabéns a todos que conseguiram e os que não conseguiram, pois pelo menos tentaram concluir a trilha! Parabéns também à galera do Projeto DV na trilha! O Pedaguas está de parabéns!” Mari Rodrigues

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“Mais uma vez passei um dos melhores dias dos últimos tempos em cima de uma bike! Venho agradecer a todos que trabalharam para que isso acontecesse (mesmo sem conhecê-los direito, por enquanto, posso citar alguns Evandro, Eldenice e Carlos). Pedal CIF ASTROS 123 km e 20 km/h, com dor, sofrimento, esforço e muita alegria! Obrigado! (…) garanto a vocês, depois de 72km a lasanha estava divina!!!” Daniel Rosa

“Pessoal, parabéns ao grupo e organizadores do pedal em Formosa!” Fábio Malaguti

“O pedal foi demais! Valeu!!!” Rodrigo Ecoadventure

“Parabéns à todos e especialmente à organização dessa trilha que, apesar de difícil, foi nota 10!!!” Fabiano Alves

“Parabéns a todos os pedaguenses que foram na trilha de Formosa! Teve uma galera que sumiu na trilha deixando os P.D.R.s pra trás comendo poeira! Mesmo chegando no final e não trilhando a volta, foi maravilhoso o pedal!!!” Isa Cruz

“Muito bom receber vocês em nossa cidade, obrigado a todos!” Júnior e Regina

Tonéis Freak Show. Sorte ou azar?

Texto e fotos por Eldenice “Deny” Rocha

Manhã de sábado com um sol maravilho em Águas Claras. Postinho da 103 lotado. Alguns velhos conhecidos, alguns amigos de Formosa e outros tantos novatos vieram testemunhar a trilha que o Zé Henrique havia proposto para o Pedaguas. Tivemos a visita ilustre do ‘presida’ Evandro, que depois de alguns dias sem pedalar apareceu pra nos dar um alô e nos acompanhar até o início da trilha. Todos aguardando o puxador. Eis que ele surge. Depois de trocar umas palavrinhas com Carlão, definiram a rota…

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Freak show: Um show de aberrações, também chamado de show de horrores e freak show. Tais exibições ocorriam frequentemente em circos e carnavais, especialmente entre os anos de 1840 até 1970. Dentre as atrações mais recorrentes, havia mulheres barbadas, gêmeos xifópagos, casos de gigantismo e nanismo, casos de teratologia etc. (Wikipédia).

Sem entender o percurso, partimos seguindo o puxador rumo ao parque de Águas Claras, saindo pelo portão da entrada principal, cruzamos a cidade rumo ao Areal, Riacho Fundo até início de trilha. Tiramos algumas fotos e nos despedimos do presidente. Carlos Duarte fez algumas observações à respeito da trilha pedindo cuidado e atenção, já que aquela região tem um índice grande de assaltos. Partimos. E de cara a trilha começa com uma descida cheia de cascalhos e curvas acentuadas. E de cara, fui ao chão. Mas segundo o Zé Henrique, melhor assim, logo no início. Mas não sei não, doeu pacas! Tremi as pernas metade da trilha e a outra metade xinguei o Zé. rsrsrs!

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Mas o fato é que a trilha foi extremamente técnica, muito travada, com pequenos trechos de estrada. Muitas pedras, cascalhos, singles e mais singles. Testemunhei várias quedas de muitos rapazes. Prova que o problema não era só comigo… hihihihi!

Uma pequena parada na metade do percurso pra um lanche, próximo a uma escolinha. Segundo o Carlos Duarte, o pior já havia passado. Acho que ele só falou aquilo pra ver se eu calava a boca e parava de xingar o Zé. Não deu certo, continuei reclamando, pois a coisa não melhorou em nada. Foi um sobe e desce sem fim, eu estava totalmente sem noção de onde estava. A uma certa altura um grupo se distanciou, paramos por alguns minutos e o Zé voltou. Logo apareceram. Nada sério, apenas um pneu furado. Quando nos demos conta, estávamos de volta na mesma escolinha. Se eu soubesse teria esperado eles ali mesmo, sentadinha! Mas se isso tivesse acontecido certamente iria ser AZAR o meu.

Com o tempo já extrapolado, um grupo de rapazes resolveu voltar mais cedo e não concluíram o delicioso percurso final que o Zé havia proposto. AZAR o deles e SORTE a nossa! E lá fomos nós descendo cascalho abaixo, nos deliciando até o último instante.

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E ao final, a sábia decisão do puxador me deixou muito animada, quando eu propus a volta seguindo os trilhos do trem e não a subida do Japonês. Nesse momento, parei de xingar o Zé mas muitos dos rapazes queriam me matar por isso. rsrsrs!
Mas acredito que no final todos ficaram satisfeitos.

De volta a Águas Claras tive a certeza que sim, foi SORTE ter levantado cedo, esfolado o joelho, berrado o tempo todo e poder sentir a melhor sensação do mundo, a de transformar um show de horrores em puro prazer!

Um grande abraço e até breve!

Flona, trilha fácil! Pensando bem…

Por Eldenice Rocha
Fotos Rogério Prestes e Eldenice Rocha

Como de costume, o puxador Rogério Prestes saiu da 103 no horário habitual.  Nos encontramos em frente à Unieuro. Éramos apenas 6. Tudo indicava que seríamos poucos,  já que esta é uma trilha FÁCIL, indicada para iniciantes!

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Seguimos então pedalando em meio aos inúmeros carros até chegarmos ao Taguaparque. E para nossa feliz surpresa, encontramos com o Carlos Duarte, que se juntou a nós com seu novíssimo visual “homenzinho”. Ai, que chique, fiu-fiu!!!

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Ao chegarmos na entrada da Flona, nos surpreendemos mais uma vez, inúmeras pessoas nos esperavam, alguns novatos e tantos outros velhos conhecidos. Após os devidos cumprimentos, identificações e flashes habituais, partimos. Era bonito de se ver, tanta gente numa trilha FÁCIL!

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U-lá-lá! O Rogério tratou de mostrar a que veio, nos enfiando em singles de todo tipo, um sobe e desce sem fim, em  meio a cascalhos, terra fofa e molhada, tocos, estrada escorregadia, travessia de pinguelas. E ooooops!, quedinha de novato. Ai que dor! À propósito, alguns acharam que Flona seria piquenique, só esqueceram de levar a toalha e a cestinha de lanche, não é mesmo Salsinha (não me lembro seu nome, sorry!)? rsrs

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Teve de tudo, pneu furado, quebra de corrente, raio quebrado, gente perdida, banho de rio pra refrescar o calor e paradas, muitas paradas para reagrupar a galera. Teve queda de veterano também, é claro! Tratei de comprar meu pedacinho de chão, mas nada que se comparasse à espetacular queda do PROFESSOR. Numa das descidas ele ejetou-se heroicamente de sua bike em meio ao mato para evitar uma queda muito feia: saída de MESTRE!

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E os mais experientes, esses sempre à frente indicando o melhor caminho, explicando a melhor técnica pra saltar os diversos obstáculos. E o Rogério, cavalheiríssimo, me pedindo pra esperar os rapazes passar e me guiando na descida. Enfim, um show de amizade e de técnica.

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Já exaustos e desgastados com o sol e pelo percurso bem técnico escolhido a dedo pelo puxador, ouvi um novato dizendo o que já não é surpresa pra nenhum de nós, veteranos: “É, as trilhas de vocês não são tão fáceis!” Adorei ouvir isso, já que esse é o nosso lema.

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De volta ao ponto de partida, uma doce e cheirosa surpresa, a nossa mascote nos esperava, Lu Pinheiro, toda linda pra dar aquele abraço no pessoal.

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Alguns rapidamente pegaram seus carros e foram embora. Muitos já no limite de terem seus alvarás cassados para a próxima semana. Outros poucos ainda tinham que voltar pedalando para as Águas Claras, mas não antes de passar no caminhão de melancia, onde gentilmente Antonio Pedro nos pagou algumas fatias da deliciosa fruta. Valeu Antonio Pedro!

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E foi assim que aconteceu!

Deixo aqui registrada a minha imensa alegria em participar de mais essa aventura com o grupo, e principalmente a dica: Novatos, pensem duas vezes antes de ir a uma trilha FÁCIL com o Pedaguas, principalmente puxada pelo Rogério Prestes!

O dia que tonéis caíram novamente dos céus. Ou: É primavera!

Por Carlos Duarte
Fotos Sílvio Sá
 

As primeiras chuvas da estação vieram justamente nas primeiras horas da primavera e véspera de mais um ‘ride’ em um de nossos quintais: as trilhas dos Tonéis. Elas marcaram também uma notável diferença no clima e na paisagem.

O Evandro não saiu na foto porque foi embora mais cedo e o JP porque foi o fotógrafo.

“- Respire esse ar, Carlão!” …

… dizia o Antônio Pedro enquanto acelerávamos em um dos incontáveis singles daquele lugar. A manhã nublada estava realmente perfeita e trazia um bom clima para pedalar nas trilhas e ótima luz para as fotos. Sim, para quem havia pedalado na secura dos dias anteriores, a diferença na qualidade do ar respirado era perceptível. O ar vinha mais fácil, estava bem mais úmido, mas por estarmos em uma área de cerrado recentemente queimada, o odor de fumaça ainda pairava no ar e ficou impregnado em minhas narinas pelo resto do dia. Um cheiro de ‘queimado molhado’, se me fiz entender. Em meio à essas áreas queimadas o verde já brotava com vigor. A natureza vai cumprindo mais um ciclo e nós, mesmo seres urbanos, temos o privilégio de acompanhar de perto essas transformações através do nosso esporte.

Como sempre, as variantes do percurso foram escolhidas à dedo pelo Rogério, nosso puxador e GPS man, contando também com a supervisão e dicas do Etinho. Começamos os trabalhos do dia com um deslocamento de 10 km em asfalto até o Riacho Fundo, na famosa ‘Subida do Japonês’, o início da terra para nós, só que descendo. Pura adrenalina para quem gosta de começar trilha se divertindo. Eu descia o morro pensando “ainda bem que escolheram passar aqui na ida” quando soube, lá embaixo, que íamos voltar por ali também. Após um breve estado de choque causado pelo meu pior temor, logo pensei que seria uma boa ideia economizar energia para a volta, a altimetria seria um tanto desfavorável até Águas Claras.

JP mostrando como se faz. Esse morro só ele e o Etinho conseguiram zerar.

Mas quando se está nos Tonéis, só uma coisa se passa em nossas mentes: acelerar e se divertir em seus tobogans. No Pedaguas a classificamos como ‘média-fácil’, tanto pela distância percorrida quanto pela dificuldade técnica, são rápidas as variações de terreno. Isso nunca intimidou alguns que a escolhem – ou não – para a sua estreia ou reestreia no esporte. A Isa Cruz, por exemplo, completou ilesa sua primeira trilha conosco em uma noite de lua cheia nos Tonéis. Por isso tem que ser a nossa rookie of the year*. E neste sábado não foi diferente, entre outros estreantes o destaque foi a Márcia Saul, que também completou com méritos o percurso total que fizemos. As mulheres de nosso grupo não são moleza! Nossas trilhas não são tão fáceis, mas no Pedaguas ninguém fica para trás também.

Márcia Saul, em um dos reservatórios que dão nome à trilha.

Paramos para um rápido lanche / descanso na histórica Mesa de JK, o oásis dessa região e depois retomamos as subidas e descidas do lugar, já retornando ao ponto zero. Subimos pela ‘japa’, tão rápida e fácil na ida, tão lenta e difícil na volta. O esforço foi recompensado com a volta tranquila de todos para casa, com mentes e corpos refeitos. Meu Cateye marcou 47,2 km dst; 38,8 km/h mxs; 14,5 km/h avs; 3:15h tmr.

*Rookie of the year = troféu de estreante do ano, premiação comum em algumas categorias de automobilismo.