Camisa Pedáguas 2016

Chegaram as novas camisas Pedáguas 2016.

Seguindo nosso padrão visual, conseguimos equalizar todos os modelos. Onde quer que você pedale, com qualquer uma de nossas camisas, saberão que você é um Pedaguense.

Agora são três modelos de camisa, com zíper destacável embutido que permite a abertura total da frente da camisa, facilitando o uso, e a modelagem é diferente para homens e mulheres. Disponíveis com MANGAS CURTAS e MANGAS LONGAS.

Confira mais detalhes em https://pedaguas.wordpress.com/loja/

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Cristaluna – 18/04/2015

Por Eldenice Rocha

Dia 11 de Abril, depois de quase 60 dias sem pedalar devido a uma cirurgia no joelho, resolvi olhar o calendário do Pedaguas. O próximo dia 18 estava reservado para o Desafio Cristal – Pedal “difícil ou de matar “ de 110 ou 367 km, à gosto do freguês.

“Meu bem” estava inscrito, mas não estava treinando. Resolvemos então, no dia 12 de Abril, juntamente com Ivson, Delaine e Genival fazer um pedal longo no asfalto, e de quebra, matar a minha vontade de pedalar. Percorremos 60 km com muitas subidas. Um bom treino para o desafio que “eles” enfrentariam no final de semana seguinte.

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Senti que o fôlego estava comprometido, mas o joelho estava forte. Aí pensei: – Será que não teria uma vaga pra eu ir também? – Será que eu conseguiria, já que da última vez tive que abortar o pedal nos primeiros quilômetros? Isso ainda estava engasgado… Tanta coisa aconteceu a partir daquele dia! Melhor não falar sobre isso… Mas enfim, tarde demais, nosso presidente disse que a Van estava com lotação completa. Tirei a ideia da cabeça.

Mas para minha surpresa e completa alegria, na quinta-feira, por volta das 23h, vejo uma mensagem no celular que dizia: – “Me liga urgente, surgiu uma vaga!”. Era o Evandro. Corri e liguei, mas já era tarde, ele não atendeu. Mais que depressa deixei recado: – “Quero muito ir, mas preciso me organizar”. Rapidamente fiz uns contatos e resolvi o problema. Rodolfo e Bianca ficariam com o pimpolho. A partir daí a ansiedade tomou conta de mim. Só pensava no desafio. Será que eu conseguiria dessa vez? Apesar de ser um outro percurso, mas não menos desafiador que o anterior, talvez eu não estivesse preparada. Mas eu precisava fazer isso.

Passei mensagem pra meu irmão, Tio Kim, avisando que iria fazer o desafio com o Pedaguas, e ele mais que depressa entrou em contato com Evandro pra ir também. Resposta: – “Sem chance de voltar na Van”. O maluco decidiu ir mesmo assim. Voltaria de ônibus de Cristalina. Mas entendo perfeitamente. Tudo por um desafio!

E às 6h da manhã chegamos em frente à Catedral pra nos juntarmos aos outros. Eles sim estavam preparados. Com alforjes e mochilas lá estavam velhos amigos do Pedaguas. Que felicidade reencontrar esse povo!

O presidente deu as últimas instruções e com um contundente aviso: – “Esse não será um pedal fácil”! Ai meu Deus, me deu um frio no estômago naquele momento! Agora já era. E partimos antes das 7h rumo a DF-140. Tio Kim já ficou na primeira subida dos condomínios. Paramos para esperá-lo no final da subida. Eis que ele surge depois de alguns minutos sendo escoltado por uma das Vans que iria nos buscar. O esperto transferiu sua bagagem para a Van e ainda ganhou uma marmita de macarrão. Nosso amigo Charles, que agora dirigia a Van, iria nos acompanhar no pedal, mas por azar dele e sorte do Tio Kim, a bike dele quebrou. Voltou em casa, pegou a Van e dispensou o motorista. Sortudo esse meu irmão, além da marmita do colega conseguiu também lugar de volta na Van.

Padaria Seleta, primeira parada.

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Os grupos já haviam se dividido em pelo menos três pelotões. Alguns lanchando e outros apenas se hidratando. Nesse momento passam por nos dois ciclistas que não quiseram parar. Mais a frente fui informada que eram o Rogério Prestes e o Dario que também estavam indo, mas decidiram girar mais depressa e seguiram viagem. Só os vimos no Rancho Cristaluna! Credo, os malucos chegaram por volta do meio dia!!!!

Depois de pouco mais de 30 km de asfalto pegamos a estrada. Me senti um pouco tensa no começo, já que fiquei tanto tempo sem fazer trilhas, mas logo me aqueci e relaxei. Eu e minha amiga Delaine, únicas mulheres no grupo, pedalamos juntas todo tempo. Foi um tititi danado. Muita conversa pra colocar em dia! Tive até a impressão de que ninguém queria pedalar perto de nos duas. Sinceramente, não entendo o porquê, não é mesmo amiga? Rsrs.

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Durante um bom tempo o sol nos agraciou e não apareceu. Pudemos girar bem. Entretanto, a partir das 10h ele começa a castigar, e por sinal, nos momentos de maior inclinação. Eram longas subidas a vencer, mas o visual era belíssimo. Os campos e o cheiro de mato verdes enchiam nossos olhos e pulmões. Apreciei tudo ao meu redor. Quando parava e olhava pra traz não acreditava no que via. Tínhamos a impressão de que íamos tocar no céu, o quão alto nos parecia estar.

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Por volta das 11h, em um bar à beira da rodovia, à altura do Km 70 paramos para almoçar. Os rapazes que passaram antes de nós acabaram com o estoque de água. Só nos restou uma bica que corria no quintal. Ali também nos refrescamos do calor intenso que fazia. Mas, segundo o proprietário do boteco a água tinha boa procedência, vinha de uma mina próximo dali. Fazer o quê? Era o que tínhamos. Nos abastecemos de água, comemos nossos lanches e ficamos por ali por aproximadamente meia hora.

Voltamos à trilha. Agora um pequeno trecho de asfalto, mas uma subida que parecia não ter fim. E esse era o último pelotão. Procuramos seguir juntos já que apenas dois colegas tinham GPS e ficar pra traz era um risco grande de se perder. “Meu bem” que o diga. Ele se perdeu logo no começo, quando deixamos o asfalto da DF-140. Segundo relatou, o Antonio Pedro sumiu de suas vistas como um relâmpago. Duvidou que “o cabra” estivesse pedalando tanto e levando tanto peso! Mas justiça seja feita, não é que o Antonio estava mesmo endiabrado. Estava mesmo difícil acompanhá-lo. Antonio Pedro pegou o caminho de terra à esquerda e ele seguiu o asfalto. Mas logo se deu conta e voltou encontrando um grupo que havia parado com pneu furado.

Em alguns momentos o grupo se dispersava. Mas nossa cozinha, pacientemente comandada por Silvio Sá, que ora se adiantava indicando-nos o caminho ora ficava a esperava dos retardatários.

Após a última subida que nos consumiu muita energia, e sob um calor intenso, nosso guia Silvio Sá desvia do percurso alguns metros e nos leva até uma represa simplesmente deliciosa! Nos jogamos na água e por ali ficamos alguns minutos. Ah, sem dúvida essa foi a recarga necessária pra continuar! Acho que tivemos sorte em estar com a cozinha mais paciente do mundo, já que a essa altura, muitos dos nossos amigos já haviam chegado ao fim da trilha. E lá também se deliciavam de banho de piscina e boa comida.

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Voltamos pra estrada. Alguns quilômetros percorridos e o grupo se dispersa outra vez. Silvio Sá, apesar de toda paciência que lhe é peculiar, pediu-nos licença e sumiu de nossas vistas como um passe de mágica. Entretanto, tomou o cuidado de demarcar o caminho para que não nos perdêssemos. Assim, seguimos em dois grupos. Um com GPS e um outro seguindo as demarcações deixadas por pneus e galhos cortados.

Faltava pouco mais de 5 km para chegarmos ao Rancho Cristaluna e nada do Tio Kim. Eu não podia seguir deixando-o sozinho. Fiquei a esperá-lo debaixo da chuva fina e muitas trovoadas. Depois de uns 15 minutos ele aparece. Dei Graças a Deus e uma vontade enorme de bater no safado. O gordinho parou pra comer a quentinha de macarrão. Vê se pode?! Seguimos e encontramos com “meu bem” que nos espera logo à frente.

E eis que chegamos ao bendito rancho! Isso foi o que pensamos. Mas ainda tínhamos que descer uma trilha bastante escorregadia e com muita lama que nos levava aos fundos do rancho. E pra ficar estilo Pedaguas, muito mais emocionante, precisávamos atravessar um rio, que por sinal estava cheio. Restou-nos atravessar por sobre uma pinguela de tábua estreita amarrada a um cabo de aço. Ninguém queria atravessar. Eu rapidamente tirei minha sapatilha e joguei-a na mochila. Agarrei-me ao cabo de aço e atravessei. Não sei se tive mais medo da pinguela cair ou da visão do outro lado do rio! Mas era só o Rogério Prestes vestido com a capinha de chuva da Disney do Evandro, todo solista, nos encorajando a travessia. Menino bom esse Rogério! Rsrs

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Depois disso, se encorajaram e também fizeram a travessia. Pois bem, sozinho era fácil atravessar, mas, e as bikes? Quem poderia nos ajudar?

“Meu bem”, sozinho, atravessou bike por bike, já que os rapazes ficaram com medinho. Ai, ai! E no fim, se tornou o herói do pedal!

E após 107 km percorridos chegamos ao rancho às 16h. Fomos recebidos com muito carinho pelas pessoas do local. Pessoas simples e de uma bondade ímpar! Tomamos banho, batemos muito papo e comemos uma deliciosa comida caseira.

Todos os outros já de banho tomado e bem alimentados nos aguardavam pra volta pra casa.

E após secarem todas as cervejas disponíveis no local, conseguimos partir. Abraços e desejos de boa sorte aos nossos amigos, Evandro e Antonio Pedro que ainda tinham muito chão pra percorrer. Os dois, juntamente com o Cristóvão, dono do rancho, ainda tinham o restante do desafio a cumprir, que no total iriam percorrer 367 km em 4 dias. Mas essa é outra história que aguardaremos ansiosos pelo relato.

E ao som de muitas piadas e gargalhadas, comandadas por “meu bem” e por Silvio Sá, na van que nos trouxe de volta, e claro, depois de algumas paradas para mais cerveja, chegamos a Brasília, felizes, eufóricos e recompensados de todo o cansaço.

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E o que fica de tudo isso? Nada de mais, apenas o prazer de poder desfrutar de momentos e lugares únicos, vencendo cada obstáculo, cada subida como se fosse a última de nossas vidas.

E no final, não precisamos de nada, além de um breve descanso, assim como o pouso da borboleta na minha Jupira, para acordar no dia seguinte planejando a próxima aventura!

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Cachoeira Mãe – 04/04/2015 (Ao infinito e além….)

por Dario Rugel

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Esta trilha começou a ser bolada na minha cabeça muito antes do dia 4/4, seria a minha estreia como puxador oficial de trilhas Pedaguas. Assim um mês antes já estava analisando o tracklog e tentando lembrar o caminho, para não fazer feio.

No dia 31/03, uma terça-feira após algumas consultas ao Rogério Prestes, decidi postar o evento, com as informações de praxe e o link do mapa do ponto zero, grande foi minha surpresa ao perceber que durante a semana o número de confirmações ia aumentando, assustadoramente eu confesso. Dezessete confirmados, fora os que iriam e não confirmaram, ao todo mais de 20, pelos meus cálculos, para uma trilha com 80 km, caraca eita responsa!

Na sexta-feira tempo bom sem chuva, isto me animou, pois não queria fazer a estreia com chuva, ainda mais porque estou enfrentando uma briga feia com meu pneu traseiro, ele teima em querer me derrubar nas trilhas mais escorregadias e admito o pneu está ganhando a briga.

Primeiro “obstáculo”, conversando na noite de sexta-feira com Andrey (ciclista, amigo e colega de trabalho), me fala que ele iria pedalando até o ponto zero junto com Amantino e André Gadelha, até ali tudo bem eu tinha combinado com Daniel sairmos pedalando do Guará, em determinado momento da conversa percebo que ele estava confundindo o ponto zero com o Casa Forte que fica na EPTG, ora o mapa apontava para o da estrutural, lá vou eu avisar quase 23:00 de sexta que o Casa Forte é o da estrutural. Alguém atentou para perguntar se com chuva iria ter o pedal, lembrei do amigo Sílvio Sá, “faça chuva ou faça sol”, o pedal esta de pé. Aviso colocado e tudo certo, agora é descansar para acordar bem-disposto.

Segundo “obstáculo”, 5:06 da manhã de sábado, chuva no Guará com direito a granizo, forte e com vento, pensei em cancelar a trilha, mas pera ai nunca vi nenhum puxador Pedáguas cancelar trilha por chuva e eu não iria ser o primeiro a fazer história, ruim por sinal. Daniel me passa mensagem desistindo, Andrey passa mensagem desistindo, bom plano B, metrô até a praça do relógio e pedal até o Casa Forte, (bom que utilizaria minha capa de chuva recém-comprada). 6:15 a cuva tinha amainado, apenas alguns pingos, que bom!

Terceiro “obstáculo” sem rede de dados no celular, pensei putz e se alguém estiver avisando que vai atrasar?, já era!. A chuva já tinha parado em Taguatinga, cheguei no ponto zero 7:05, Alessandro e mais 3 colegas já estavam esperando, 5 minutos depois chega o Antônio Pedro, bom pensei ok, e o Rogério Prestes?, ele confirmou que vinha sem rede de dados nem como ver se ele tinha mandado algum aviso, resolvi esperá-lo 5 minutos, 7:20 resolvo ligar e quando vejo lá vem ele. Ótimo. Minha Rede de dados resolve voltar e vejo que ele tinha avisado que estava vindo, ufa! Ainda bem que esperamos.

(Eu bati a foto)

Nove doidos, foto oficial partiu pedal, flona sabão como é de se esperar nesta época do ano e meu pneu querendo me derrubar, mas até aqui estou ganhando a briga, adentramos no parque nacional, agora sim o meu pneu me derrubou, mas não foi uma queda um escorregão apenas, menos-mal. O single estava escorregadio e pesado, a chuva deixou aquele trecho lamacento pior ainda, mas assim que é bom, MTB é isso!

Entramos na fazenda rumo à descida para a cachoeira, na entrada reparei que estavam mexendo no portão, os operários falaram que agora proibiriam a entrada, que coisa, adeus cachoeira mãe, pensei!. Perto da sede prontos para virar à direita e pegar a descida uma figura veio ao nosso encontro proibindo nossa entrada para acachoeira afirmando que nunca foi permitido e que a área é particular, questionamos se, pelo menos, desta vez poderíamos descer, mas ele foi taxativo ao afirmar “NÃO”, que estava com hóspedes e seria “sacanagem” com eles deixar a gente entrar de graça. Perguntamos o preço ele disse R$80,00 por pessoa, endoidou de vez!, pensei cara burro, se pedisse 30 pilas por todos nos a gente pagava, enfim fim da conversa meia volta e começamos a pensar e discutir, o que fazer, poço azul? Voltar e finalizar o pedal, quando passamos pelo portão alguns de nós já tinha iniciado conversa com os dois operários, eles estavam revoltados com o carinha da fazenda, falando que o cara não é nada lá, mas tá dando ordens, o Waldir (nome dum deles), se dispôs a nos mostrar um caminho secreto pra descer para a cachoeira sem passar pela sede, ele disse que usava direto sem problema nenhum, alguns hesitaram em descer pois ouviram que o tal “carinha” estava armado, mas Pedaguas é Pedaguas Rogério encabeçou a insubordinação pego a bike passou a cerca e achou o caminho, lá fomos nós! Valeu Waldir.

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Heheheheh, nó cego, cachoeira à vista, encontramos dois ciclistas que tinham adentrado pelo poço azul, pensei cara burro ele tá fechando a entrada principal e dá pra ir pelo poço azul, nada feito!, para evitar problemas voltamos pela indicação dos dois colegas.

Paramos no boteco para aquela coca geladinha e não que é o Claudio tira da mochila um sandubão daqueles de padaria bem vistoso, oba!! Coca paga pelo puxador da trilha, com direito a jogo de sinuca, conversa animada e tá na hora da volta, decidimos pegar o single novamente para não enfrentar a estrada esburacada.

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E nessa volta pelo single que ele cobrou as vitimas, os únicos a não cair, Rogério e eu, o restante foi pro chão, Antônio Pedro contou 3 quedas, eu vi o último tombo dele, que foi espetacular. O amigo decolou que nem o buzz lightyear personagem do desenho Toy Story,(ao infinito e além), eu estava atrás dele no single e escutei um “CLEC” um segundo depois a roda do Antônio Pedro travou, virou o guidao e ele saiu voando, caraca!, primeira coisa, machucou?, machucou?, ele sentou balançou a cabeça e ficou chateado (pensei eu) achando que ele tinha errado, logo depois Rogério chega, passado o susto vamos ver o estrago, suspeitamos que a roda estava empenada e encostou na pinça que travou o disco de freio, já outra teoria foi que a suspensão empenou, bom só o mecânico pra saber direito, mas o voo foi feio amigo, graças a Deus que Antônio Pedro saiu sem maiores complicações, no final do single reagrupamento e contagem dos feridos. Apenas 3 ilesos, Rogério, eu e Alessandro, adentrando na flona para o trecho final o Alessandro sucumbiu ao sabão da flona, lá foi ele pro chão.

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É amigo flona nesta época do ano é sabão, e assim foi nosso pedal de sábado de aleluia, sem chuva, mas com muitos tombos.

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E nossas trilhas não são tão fáceis!. Abraços

Trilha Lago Oeste Colonial – 22/11/2014

por Dario Rugel

No dia 06/07/2014, dia da reunião da comissão de trilhas, Sílvio Sá sugeriu a inclusão da “Catigueiro Colonial” de nosso calendário, sugestão acatada prontamente, dando início ao nosso sofrimento.

No dia 22/11/2014 às 6h15 da manhã, lá estava eu no postinho quando aparece nosso Presidente Evandro Torezan, ambos à espera da carona do Sílvio Sá, que teve problemas seríssimos com o despertador, seu velho inimigo. Nesse tempo de espera mais 6 ciclista juntaram-se a nós e às 6h45 partimos em comboio rumo ao ponto zero.

Longa viagem até o Mercado 13, no Lago Oeste, às margens do Parque Nacional de Brasília. Lá, juntou-se ao grupo os “Pedaguenses” Marco Aurélio, Rogério Prestes e mais 5 ciclistas, 15 ao todo. Nos preparativos iniciais perguntei ao Rogério sobre o abastecimento no km 40 (o qual, não sei por qual razão, eu jurava de pés juntos que existia), o qual me respondeu: “Quê posto? Lá não têm nada, é deserto.” Pensei com meus botões: “Ihhhh, trouxe apenas 1 1/2 litros de água para 84km de trilha, me lasquei!” Findos os preparativos, nos alinhamos para a foto oficial. Clique aqui, clique ali e lá fomos nós para mais uma trilha Pedáguas.

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Os primeiros 19,5 kms foram felizes, com descidas alucinantes, borrifadas de poeira espetaculares e pedregulhos doloridos arremessados pelos caminhões que passavam pelo estradão. Percorremos este trecho em inacreditáveis 47 minutos, todos alegres e satisfeitos achando que esta seria mais uma trilha rápida, leve, fácil e simples e que no máximo às 13:00 horas todos estaríamos em casa curtindo o sabadão com a família.

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No km 25, Marco Aurélio avisa que ele retornará daquele ponto, tentamos em vão convencê-lo para que continuasse conosco, mas para ele já estava de bom tamanho. Muitos de nós alguns km à frente iríamos nos arrepender de não tê-lo seguido. Posteriormente, uma fonte confiável me contou que ele teve que pegar carona pra conseguir voltar por carro.

Primeiros 40 kms, belas paisagens boas subidas. Até o km 40, na parada para nosso lanche, a trilha continuava a mostrar-se leve com algumas subidas fortes um pneu duplamente furado do Sílvio Sá, mas nada que já não estivéssemos acostumados. Neste momento estávamos com 2 horas de pedal.

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Então, a partir deste momento, a trilha começou a mostrar sua verdadeira face. A primeira subida parecia interminável. Em 4 kms ascendemos 250 metros. Ufa!! E estava só começando. A partir dali a trilha nos brindou com subidas constantes ao longo de 20 kms. Um sobe e desce interminável, com descidas rápidas e subidas curtas muito íngremes, em que tínhamos que colocar o guidão no peito para que a bike não virasse para trás. Esse tobogã foi minando nossas forças. Muitos de nós estávamos ficando perigosamente com falta de água, e naquele deserto alto e isolado, não havia nem um veio d’água para nos abastecer. Neste momento eu já tinha conseguido 200ml de uma mistura louca que o Evandro carrega na mochila, mistura tão louca que me deu barato, passei a flutuar após bebê-la. Ele disse que era BCAA, maltodextrina, gatorade, sal, água e gasolina. Doce feito melaço! Mas fazer o quê? Água no meio do deserto é sempre bem vinda, seja lá como for.

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No km 62 paramos para reagrupar e foi aí que percebemos que muitos de nós já estávamos no limite do físico e do psicológico. Poucos de nós, com tantas trilhas de experiência, tínhamos nos deparado com tamanho desafio. É amigo, neste momento em que “o filho chora e a mãe não vê” perguntamos ao nosso bom amigo Silvio Sá, puxador oficial, que neste momento estava deitado no chão com a cabeça repousada sobre uma bosta de vaca seca, o porque de ter feito trilha tão desumana. Nosso Presidente sugeriu até mudar o lema do grupo: agora “nossas trilhas são impossíveis”. Eu questionava o Rogério sobre o boteco, que ele disse haver no km 40, e sonhava com uma Coca-Cola bem geladinha escorrendo pela guela. Alguns falavam com os espíritos da trilha para acabar com aquele sofrimento, uns empurravam as bikes ladeira acima, outros pediam chuva para beber água, e alguns nem pensavam mais de tão esgotados.

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Faltando 24 km para o fim chegamos a um ponto onde poderíamos encher as garrafas: Mineradora Rio do Sal. Quando cheguei lá o Rogério já tinha ido buscar água, distante 3 km do ponto onde parei, logo após alguns minutos ele retorna com algumas garrafas, soltando fumaça pelas ventas e xingando até a quinta geração do funcionário que proibiu ele de adentrar para pegar água no bebedouro, por ordem dos patrões. Jogando todo o charme dele (Rogério) o funcionário encheu 4 garrafas, as quais ele dividiu comigo. Assim consegui encher uma garrafinha de 500ml. Após longos minutos chega o restante do pelote devidamente abastecidos. Eles pararam numa casa na beira da estrada e encheram as garrafas e as mochilas. Consegui mais 500ml. Ufa! Um litro! De sede não morreria.

Acabou? Que nada! O pior estava por vir. Se os guerreiros não morreram até ali, morreriam neste trecho de 10 km de subidas que estava à nossa espera. Partiríamos de 808 metros de altitude para chegar a 1275 metros, para aí sim curtir os 7 km finais de terreno mais plano.

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Começamos a longa subida, uns foram ficando para trás e como sempre Rogério “Bruto” Prestes passou por nós feito uma bala, deixando apenas o rastro de poeira. É nestes momentos de sofrimento extremo que os fantasmas começam a responder os nossos questionamentos: “Será que os meninos da caverna do dragão conseguiram voltar pra casa?”, “Cadê o boteco do km 40?”, “O que o Rogério coloca na água para ter esse gás todo?”, “O que estou fazendo aqui?”, “Que maluco sou eu que deixo todo o conforto de casa e venho aqui sofrer de graça?”, “Tranquei o carro?”, “Vim no meu carro ou de carona?”

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No final da última subida e faltando 9 km para o final tive de dar uma parada para respirar, afinal a megassubida estava querendo me derrubar. Alguns instantes Evandro e Fabrício chegam. Aguardamos alguns minutos e recomeçamos. A visão do ponto final foi como a miragem da Coca-Cola gelada no meio do deserto. Concluir esta trilha foi uma superação e tanto. É, uhu! Deixei de ser PDR, huhuhuh!!!!!! Agora sou PDR Master.

Apenas 5 concluíram a trilha: Rogério, Evandro, Fabrício, um que não sei o nome e eu.

Felipe pegou carona numa CG 75, que não passava dos 30 km/h, e segundo ele, a cena parecia o filme “Debi & Lóide”. Os outros 7 apareceram 15 minutos depois de carona numa camionete. Não imaginei que coubessem tantas bikes numa camionete. Eles sucumbiram à trilha! Mas me pergunte se estavam tristes. Que nada! Estavam felizes igual pinto no lixo!!

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Mais uma trilha sem noção, bem no estilo Pedáguas de ser.

“Nossas trilhas não são tão fáceis” … ops … “Nossas trilhas são impossíveis”.

Certamente voltaremos….

Trilha Casagrande – 17/05/2014

por Eldenice Rocha

A trilha desse final de semana poderia ser apenas mais uma trilha média do grupo, mas como no Pedáguas nada pode ser assim tão simples, algumas coisas me chamaram a atenção:

Em primeiro lugar, o número de participantes superando as expectativas. E do total, quatro eram mulheres. Que bom que elas apareceram! Há muito não se via isso em trilhas do Pedáguas. E isso não aconteceu porque era uma trilha considerada fácil. Pelo contrário, a trilha foi um misto delicioso de tudo, singles (para tristeza de alguns e alegria de muitos), mato, lama, estradão, poeira, descidas alucinantes, subidas desafiadoras e por fim, asfalto (para alegria ou infelicidade de alguns). Portanto, tivemos trilha pra todo gosto.

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E em segundo, a magnitude do que encontramos no ponto mais alto da trilha, a Capela São Francisco de Assis. Alguns já conheciam a pequena igreja, mas chegar lá pedalando teve um gosto pra lá de especial.

Portanto, queridos amigos, decidi contar a vocês, não o relato do pedal em si, que como todas as trilhas do Pedáguas geram muitas histórias boas, mas dessa vez gostaria de compartilhar a história de um lugar e de pessoas que estão fazendo a diferença.

Ficamos todos encantados com a beleza da Capela e a vastidão do vale que a rodeia.

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Ao chegarmos, depois de muitas fotos em frente à capela, nos concentramos ao fundo, procurando fazer o mínimo de barulho, já que naquele momento era celebrado um batizado.

Fomos então abordados por um Senhor que se identificou pelo nome de Professor Aníbal. Ele nos entregou exemplares de um livreto intitulado, “CASA GRANDE – Boletim Informativo – Abril de de 2014”, uma publicação da Associação dos Proprietários e Produtores do Núcleo Rural Casa Grande. Muito gentil, nos pediu que enviasse uma foto do grupo para que pudesse colocar numa próxima edição do boletim. Ficamos lisonjeados com a proposta. Agradecidos, guardamos o boletim em nossas mochilas para ler num outro momento. Após alguns minutos de descanso e um lanche rápido nos reunimos em frente da capela para a foto de costume do grupo. E assim nos despedimos daquele lugar encantador.

Já em casa, depois do descanso merecido fui folhear o jornalzinho. E para minha surpresa nele encontrei, além de diversas informações de utilidade para a comunidade, uma linda poesia de Mario Quintana, “LEMBRETE”, e um breve resumo de como se deu a construção da Capela, escrito pelo engenheiro Marcelo Galimberti Nunes, construtor da dita Capela, sob o título de “A Construção de Um Sonho”. Uma comovente história real de como a movimentação, a união e o desejo de uma comunidade transformam sonhos em realidade. Tanto o texto quanto a poesia nos faz repensar o quão importante é acreditar num sonho. E ficar parado, vendo o tempo passar diminui muito a chance de concretizá-lo um dia.

E a bicicleta, tem sido essa mola mestra, que nos impulsiona e nos faz acreditar que é sempre possível. Ela nos leva a inacreditáveis lugares, nos proporciona conhecer pessoas, conhecer o que tem do outro lado e acima das montanhas… Dessa vez lá estava a Capela! O que virá no próximo pedal? Teremos que ir lá pra conferir.

Enfim, nossos agradecimentos ao Professor Aníbal que faz parte desse belo projeto, levando informação e cultura à comunidade Casa Grande e nos proporcionou conhecer essa história e um pouco mais da comunidade. Foi um imenso prazer para o grupo Pedáguas. Certamente, tiraremos boas lições para nossas vidas.

Para quem não recebeu o exemplar fiz uma copia do texto que anexo a este relato. Vale a pena dar uma lida!

Informativo Capela Sao Francisco Assis

Abaixo transcrevo a poesia de Mario Quintana.

LEMBRETE

(Mário Quintana)

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas.
Quando se vê, já é sexta-feira.
Quando se vê, já terminou o ano.
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos.

Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, pois a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.